A imagem mostra um grupo de pessoas reunido ao ar livre, em um parque ou praça ensolarada, participando de um tour guiado, ao lado de busto de um homem em um pedestal de pedra, num ambiente arborizado
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Caminhada dos Quilombos Históricos integra o Santos Arte Preta e valoriza a memória negra da Cidade

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Santos vai respirar história e ancestralidade em 16 de novembro, com a realização da Caminhada dos Quilombos Históricos, atividade conduzida pela Tur Mochilando Afroculturas, dentro da programação do Santos Arte Preta, promovido pela Secretaria de Cultura (Secult).

O percurso, com cerca de três horas de duração, convida o público a uma imersão nas memórias e trajetórias que marcaram a presença negra na formação da Cidade. Durante o trajeto, serão apresentados detalhes históricos sobre os Quilombos do Pai Felipe, do Jabaquara e do Santos Garrafão, além de relatos sobre as lideranças e resistências que fizeram desses territórios símbolos de luta e liberdade.

As inscrições gratuitas já foram encerradas, mas há uma lista de espera disponível no link https://bit.ly/mochilando-reserva. O endereço eletrônico também está disponível no Instagram @mochilandoafroculturas. Todos os participantes do passeio terão direito a seguro.

A caminhada partirá às 10h da sede da CET (Av. Rangel Pestana, 100, Vila Mathias), seguindo pelo bairro do Jabaquara e terminando no Centro Histórico, passando por locais que preservam o legado da população negra no Município, como a Cadeia Velha (antiga Casa de Câmara e Cadeia), o Teatro Guarany, a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, o Casarão da Frontaria Azulejada e a Travessa Anísio José da Costa (espaço de reparação histórica).

O roteiro de Afroturismo tem como objetivo revelar histórias invisibilizadas sobre o protagonismo e o legado dos africanos que chegaram em Santos, a partir do século XVI, como escravizados, e de seus descendentes afro-brasileiros.

Foram muitas as contribuições da população negra no desenvolvimento de Santos entre os séculos XVI e XIX: Santos abrigou o segundo maior Quilombo do Brasil e teve também um Quilombo que se tornou um marco do samba na Cidade,  além de ter um movimento abolicionista forte, onde aconteceu a maior ação jurídica das Américas, que resultou na libertação de mais de 200 pessoas escravizadas à época.

“Durante a caminhada, iremos contar essas e outras histórias e revelar muitos personagens que se relacionam com esses fatos, possibilitando aos participantes acessarem muitos fatos que não são contados. Conhecer a história das origens do povo negro é fundamental para entender os caminhos que nos trouxeram à sociedade dos dias de hoje, e com essas referências poder transformá-la”, comentou a guia de turismo, Augusta França.

De acordo com o secretário de Cultura, Rafael Leal, a caminhada reforça o compromisso da Cidade com a valorização das raízes afro-brasileiras. “O Festival celebra a potência da cultura afro-brasileira em todas as suas formas. Cada passo dado nesse percurso será uma forma de reconectar-se com a história e reafirmar a importância da memória coletiva”, destacou o secretário.

O Santos Arte Preta é um evento promovido pela Secult, em parceria com coletivos culturais santistas. A programação gratuita reúne arte, ancestralidade, empreendedorismo e resistência, ocupando todo o Centro de Cultura Patrícia Galvão e também o Cine Arte Posto 4, de 14 a 17 de novembro, com atividades que valorizam a identidade negra e suas múltiplas expressões.

Dentre as atrações já confirmadas estão o cantor e ator, Tony Tornado; o humorista, Hélio de la Peña; o ícone da cultura hip-hop, Nelson Triunfo; o sambista, Marquinhos Sathan, os criadores de conteúdo digital, Família Sankofa, a rainha de bateria Mayara Lima e o compositor e instrumentista, Hyldon.

Nos próximos dias, será divulgada a programação completa no Santos Portal e nas redes sociais.