Stands de venda de produtos no Santos Geek
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Domingo é a última chance de conferir as muitas atrações do Santos Festival Geek

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Se ao ler o trecho “Amigo, estou aqui / Os seus problemas são meus também” você automaticamente reconheceu a música, já recebeu um spoiler do penúltimo dia do Santos Festival Geek, neste sábado (22). A 7ª edição do evento tomou novamente o Centro Histórico com homenagem a uma das animações mais marcantes das últimas décadas, aos bastidores de um fenômeno da internet e da TV e a uma imperdível maratona de jogos, apenas alguns destaques da ampla programação que vai até domingo à noite.

Realizado pela Prefeitura por meio da Secretaria de Cultura (Secult), o festival transforma as ruas históricas em um grande cenário da cultura pop. Desde quinta-feira, atrações distribuídas por palcos e espaços culturais encantam milhares de pessoas, muitas delas caracterizadas como seus personagens favoritos. O público também pôde conferir uma ampla praça de alimentação, shows e estandes com itens do universo geek à venda, como bottons e camisetas.

“É um festival que celebra a criatividade, o empreendedorismo e a cultura pop, valorizando o nosso Centro Histórico, que recebe um grande público em todas as edições. Um encontro de pessoas de todas as idades que amam as mesmas atrações artísticas e culturais, sem exceção. Nossa expectativa é sempre muito grande”, afirmou o secretário de Cultura, Rafael Leal.

Entre os cosplayers, um deles veio diretamente do universo do fenômeno League of Legends. Caracterizada como Jinx, Giulia Dutra, de 23 anos, é figurinha carimbada do festival. “Vim muitas e muitas vezes porque acho um evento extremamente legal. Tanto as atrações quanto a praça de alimentação são bem variadas e para todos os gostos. Sou cosplayer há dez anos e nunca perco um evento do gênero”.

O clima foi de pura nostalgia de uma animação que segue, “ao infinito e além”, no coração de eternas crianças. Nos Arcos do Valongo, os 30 anos da franquia Toy Story foram celebrados em um painel com grandes nomes da música e da dublagem nacional, como Marco Ribeiro, responsável pela voz do cowboy de corda Woody; Zé da Viola, intérprete da canção ‘Amigo, estou aqui’, eternizada nos filmes, e Garcia Jr., diretor de dublagem de parte da franquia. O encontro foi mediado pela escritora e curadora do festival, Laluña Machado.

“Eu lembro do gosto da jujuba que eu comia quando assisti Toy Story pela primeira vez. E a franquia é importante para mim porque, depois de adulta, achei o VHS no chão da minha casa  e comecei a chorar porque lembrei que, quando vi o filme, percebi que foi no mesmo ano em que descobri ser autista nível 1 de suporte. Eu uso o filme para me autorregular, então só tenho a agradecer pelos artistas aqui hoje”, contou Laluña.

Zé da Viola relembrou quando foi chamado para cantar a trilha sonora dos filmes. “Estava gravando meu CD e, quando fui ao bar em seguida, me chamaram dizendo que o diretor da gravadora queria falar comigo. Ele disse que havia um filme pronto, dublado, que precisava de uma adaptação musical, mas antes precisava de um teste. Lembro que até perguntei se precisava pagar”, contou o artista, rindo.

A emoção foi à tona quando o cantor começou a interpretar as músicas clássicas do filme à capela, levando o público às lágrimas e à nostalgia. “Todos nós temos uma amizade muito forte. Eu e o Garcia já nos conhecíamos; o pai dele também esteve presente na direção. Só temos a agradecer pela interpretação do Zé. Nossa relação é muito especial e foi o que deixou a produção fluir muito bem, apesar do desgaste da dublagem”, revelou Marco.

O público também pôde conhecer os bastidores de Choque de Cultura, com Raul Chequer e Leandro Ramos - nomes centrais do fenômeno que marcou a internet e a televisão -, em bate-papo mediado pelo ator e humorista Fernando Caruso. Humor, improviso e revelações sobre o processo criativo tomaram conta do palco, em uma das atividades mais procuradas do dia.

“Em um dos nossos episódios mais conhecidos, eu e Leandro combinamos de nos beijar ao final porque temos muitas fãs que criam ‘fanfics’, ou seja, historinhas, sobre nós juntos, inclusive em podcasts. Pensamos: ‘por que não aproveitar e fazer esse fanservice (ato para agradar fãs)?’ E o Leandro topou”, contou Raul, que interpreta Murilo, arrancando risadas do público reunido na Casa da Frontaria Azulejada.

Entre as curiosidades, durante a conversa, Fernando Caruso aproveitou a temática do festival para perguntar se os atores se identificavam com o universo geek. “A pessoa que se considera nerd, quando consome algo, se torna obsessiva - e eu sou assim com RPG há anos”, contou Leandro. “Eu adoro Os Simpsons; tinha até uma meia”, afirmou Raul.

Simultaneamente, a Arena Games (Rua do Comércio, 131) manteve seu ritmo intenso de competições e jogabilidade livre. Em um espaço totalmente gratuito, visitantes aproveitaram consoles variados, jogos indie desenvolvidos por criadores regionais, retro games, experiências em realidade virtual e cockpit. A programação do sábado ainda incluiu torneios e partidas de Mortal Kombat 1.

Quem deu um show foi Jefferson Oliveira, de 36 anos. Competidor de longa data, ele revelou que nunca perde a oportunidade de mostrar suas habilidades em torneios. “Jogos de luta são a minha paixão. Quero sempre participar desses campeonatos para aproveitar os eventos e conhecer pessoas diferentes, como neste festival, que é sempre muito abrangente”.

O Santos Festival Geek encerra esta edição neste domingo (23) com uma maratona de atividades, música, cosplay e encontros com artistas. Entre as atrações, lançamentos de livros, concursos de cosplay, painel da animação Irmão do Jorel, apresentações de dança e um show imperdível da banda CPM 22.

Confira a programação completa em https://www.santos.sp.gov.br/?q=noticia/santos-festival-geek-espalha-atracoes-da-cultura-pop-pelo-centro-a-partir-de-quinta