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4/ 01/ 2023

Mesmo com mausoléu fechado, fãs vão ao Memorial em Santos para dar o último adeus a Pelé

Os fãs do ‘Atleta do Século 20’ continuam acompanhando Pelé mesmo após o sepultamento do Rei, na tarde da última terça-feira (3). A Memorial Necrópole Ecumênica (Marapé), que guarda o corpo do ídolo, recebeu a visita de dezenas de pessoas nesta quarta-feira (4), mesmo com o mausoléu de Edson Arantes do Nascimento ainda fechado ao público.

Eram visitantes de todas as idades e de vários lugares do Brasil. Em carros, passavam em frente ao prédio devagarzinho para vislumbrar o local onde Pelé finalmente descansa, outros faziam registros em frente à fachada e alguns acessavam o espaço do jardim e do museu de veículos antigos para pousar os olhos, mesmo que de longe, sobre a última parada do ídolo.

Entre os fãs estava o brasiliense Josenildo Pereira de Queiroz, de 47 anos, na companhia da esposa, do primo e dos dois filhos. Ele veio visitar a família e, por coincidência, chegou à região no dia da morte do Rei do Futebol, na última quinta-feira (29).

“Vim aqui hoje, mas queria ter acompanhado o velório e o cortejo. Como tinha muita gente, ficaria complicado. Achei legais as homenagens pela importância que ele tem. Foi merecido, à altura dele. Não acompanhei ele jogando, mas sei da sua grande história no futebol”, afirmou Josenildo. 

Já a pequena Giovanna Reis, de 12 anos, viajou do Rio de Janeiro para Santos só para se despedir de Pelé. Ela é torcedora do Fluminense, mas tinha grande admiração pelo craque, o que levou a família a realizar o sonho da menina. “Gosto dele porque ele foi um jogador muito importante para o Brasil”, afirmou Giovanna, tímida.

O casal Alaíde e Horácio Filho do Espírito Santo, ambos de 68 anos, também aproveitaram a viagem para dizer adeus ao jogador, cujos feitos tiveram o prazer de testemunhar. Eles moram na Bahia, mas já residiram na região e visitavam o túmulo da irmã de Alaíde, que completa um ano de falecimento. As imagens do cortejo pela TV tocaram a esposa, que viu a oportunidade de também se despedir do Rei do Futebol.

Acompanhei o trajeto todinho e fiquei muito sentida com aquilo. Ouço falar do Pelé desde que me entendo por gente e, apesar de não acompanhar futebol, sei que ele foi um ser humano maravilhoso e um rei em campo”, disse Alaíde. “Torci para o Pelé desde a adolescência. Ele deixou um legado que ninguém nunca mais vai apagar. Foi exemplo para muitos e continuará sendo por muitas gerações, tanto como jogador quanto pelo ser humano correto e positivo que era”, completou Horácio.

Quem também viu o Atleta do Século 20 em campo e definiu a experiência como algo “extraordinário” foi o advogado Carlos Humberto Batalha, 76. Ele mora em Mato Grosso do Sul, mas torce para o Santos F. C. desde pequeno, pois visita a Cidade desde a infância. Ele estava de férias na Capital quando o craque veio a falecer e decidiu descer a serra para prestar a última homenagem comparecendo ao Memorial e também ao Museu Pelé e à Vila Belmiro. 

“Viemos na intenção de visitar o túmulo, mas infelizmente ainda não foi liberado. Ainda sim ficamos contentes de conhecer o Memorial e passar por lugares importantes para ele. É uma experiência muito emocionante. O Brasil todo está triste com a perda dessa figura, que levou o nome do nosso País para além das fronteiras. Não é preciso ser santista para ter orgulho da história que ele escreveu”, afirmou Carlos.

O Rei Pelé está em um mausoléu no primeiro andar da Memorial Necrópole Ecumênica, que será aberto à visitação em breve, mas ainda sem data definida. O espaço conta com 200m² e duas estátuas douradas do craque na entrada. As obras darão as boas vindas aos futuros visitantes, levando-os a um corredor que simula a entrada a um campo de futebol.

Com paredes cobertas por fotos de momentos importantes da história do ídolo, a passagem dá acesso à sala com tapete de grama sintética, onde o corpo da lenda repousa. Mais detalhes sobre o espaço ainda serão divulgados.

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