Circuito das Aves
Estima-se que no Brasil haja aproximadamente 1.919 espécies de aves (CBRO, 2014), sendo o terceiro maior em diversidade de espécies no mundo. O estado de São Paulo apresentra cerca de 680 espécies. Em Santos, até o presente momento, foram inventariadas cerca de 200 espécies de aves.
Para que moradores e visitantes possam aproveitar esse rico patrimônio biológico, a Prefeitura de Santos criou o Circuito das Aves de Santos, um roteiro dos principais pontos para observação de aves.
SANTOS tem catalogadas 200 espécies de aves
Este trabalho foi originalmente desenvolvido pela bióloga Sandra Pivelli, da Secretaria de Meio Ambiente (Semam), em parceria com o fotógrado Leonardo Casadei, que gerou um cadastro fotográfico de 100 aves que habitam a região, notadamente, a área continental e insular do município.
Essas fotos estão hoje distribuídas ao longo do jardim da praia e no Jardim Botânico Chico Mendes, no bairro do Bom Retiro, na Zona Noroeste da Cidade
Leonardo Casadei
Biólogo, formado pela Universidade Metropolitana de Santos - Unimes.
Especialista em Educação Ambiental pela Universidade Santa Cecília.
Mestrando em Ecologia no programa de pós-graduação em Sustentabilidade de Ecosistemas Costeiros e Marinho pela Universidade Santa Cecília.
Fotográfo, especializado em captar imagens de aves, com publicações na mídia internacional.
Professor Efetivo de Ciências Naturais da Prefeitura Municipal de Praia Grande
Atualmente trabalhando como Educador Ambiental no Departamento de Educação Ambeintal da Prefeitura Municipal de Praia Grande.
Sandra Pivelli
Formada em Ciências Biológicas pela Universidade Mackenzie e com mestrado (stricto sensu) em Educação pela Universidade de São Paulo.
Possui especialização (lato sensu) em Gestão Ambiental pela Unesp - Campus Litoral, Turismo Ambiental pelo Senac - SP e Educação Ambiental pela USP.
Funcionária concursada como Bióloga na Prefeitura de Santos desde 1994.
Durante a permanência na Prefeitura já trabalhou no Jardim Botânico Municipal Chico Mendes, na Seção de Programas Ambientais e agora retornou ao Orquidário - Parque Zoobotânico na Divisão de Botânica.
Possui conhecimentos nas áreas de Educação, Ecologia, Zoologia e Botânica com ênfase em Ornitologia.
Jardim Botânico Chico Mendes
Com uma área total de cerca de 90.000m2, é o maior parque da Cidade, atrás apenas da área ocupada pelos jardins da praia. Parte da vegetação atualmente encontrada em seu interior desenvolveu-se a partir de um planejamento iniciado em 1991, que implantou coleções botânicas temáticas representativas, em grande parte, dos ecossistemas locais, principalmente da Mata Atlântica.
Já foram observadas 86 espécies nesta localidade.
Monumento Nacional Engenho São Jorge dos Erasmos
Local possui as ruínas de um engenho de açúcar construído no século XVI. Sua área é de 48 mil m2, sendo próximo ao morro da Caneleira, coberto por remanescentes de Mata Atlântica em estágio de regeneração.
Já foram observadas 76 espécies nesta localidade.
Morro da Nova Cintra
É um bairro de planalto, assentado no vale formado pelos morros Cotupé, Água Branca, Marapé, Jabaquara, São Bento, Penha e Nova Cintra. De clima ameno, o bairro, assemelha-se a uma grande bacia, tem uma cascata natural e uma lagoa, a da Saudade, situada a uma altitude de 118 metros e com 9.800 m2 de área.
Já foram observadas 84 espécies nesta localidade.
Parque Zoobotânico Orquidário
Apresenta uma área com cerca de 24 mil m2. Em sua área central, há ainda um lago de 1.180 m2 que atrai espécies aquáticas como as garças.
Já foram observadas 56 espécies nesta localidade.
Jardins da praia
Projetados inicialmente em 1914, o atual traçado dos jardins começou a ser construído há 80 anos, em 1935. Atualmente, é o maior jardim de orla de praia do mundo, com 5.514 m de extensão, apresentando cerca de 1.300 canteiros espalhados por 218,8 mil m2. São mais 100 espécies de plantas, entre elas lírios amarelos, margaridas, pingos-de-ouro, íris e birís. Há cerca de 800 árvores (3 a cada km, em média), sendo a maioria chapéu-de-sol, além de 200 palmeiras de 30 espécies diferentes. Os jardins incluem a plataforma do Emissário Submarino, com cerca 42,7 mil m2, dos quais 10 mil equivalem ao Parque Municipal Roberto Mario Santini. Do parque, avista-se a Ilha de Urubuqueçaba cuja vegetação é composta basicamente por Pitangueiras, Figueiras e Jerivás — o mais predominante dos três tipos de palmeiras que podem ser encontradas na ilha. O local constitui área de descanso para aves como urubus, garças e biguás. A ilha dista cerca de 260 metros da costa.
Já foram observadas 47 espécies nesta localidade.
Pinacoteca Benedito Calixto
Possui um grande jardim externo, composto por poucas espécies de porte arbóreo e arbustivo. No entanto, por estar próximo a um dos trechos do jardim da praia, contribui para que as aves possam se deslocar com maior facilidade por entre a vegetação esparsa do local.
Já foram observadas 34 espécies nesta localidade.
Praça Caio Ribeiro de Moraes Silva
Localizada no bairro da Aparecida, a uma quadra da praia, é uma das praças que apresenta maior diversidade vegetal nas imediações, atraindo grande diversidade de aves.
Já foram observadas 35 espécies nesta localidade.
Teatro Municipal Brás Cubas
Ocupa uma área de 5.130 m2. A existência de um jardim, com espécies atrativas, e o eventual oferecimento de frutas as aves pela administração do Teatro, além de sua proximidade com uma das vertentes do maciço montanhoso da área insular e de um dos canais do município, influenciam diretamente as aves que frequentam a região.
Já foram observadas 40 espécies nesta localidade.
Ilha Diana
Localiza-se na área continental do município e possui vegetação típica de manguezal, com alterações significativas intensificadas nos últimos dois anos por instalações de terminais portuários.
Já foram observadas 93 espécies nesta localidade.
Fazenda Cabuçu
Localiza-se na Área Continental de Santos e o acesso se dá pela Rodovia BR101 (Rio-Santos), km 240. O acesso só é permitido sob monitoramento de agências credenciadas pela Prefeitura, já que parte de sua área, de 581,22 há, está incluída em uma Área de Proteção Ambiental (APA), que procura conservar a Mata Atlântica e ecossistemas associados em seu interior.
Já foram observadas 82 espécies nesta localidade.
Comece observar aves comuns no local. Atente para as suas cores. Faça um desenho apontando as cores mais chamativas e pesquise para confirmar se o observado por você corresponde ao relatado por outros observadores.
Memorize os sons produzidos pelas aves, isto ajuda muito na identificação.Treine ouvindo preveamente gravações já realizadas e depois saia para conferir se aprendeu de fato a vocalização produzida pela espécie.
Permaneca em silêncio sempre que possível. Assim você pode concentrar sua atenção nas epécies, sem se dispersar com outros elementos do ambiente.
Se já existe um levantamento das espécies que incide na área onde você vai observar, estude-a antes de ir a campo. Assim, você estará melhor treinado para identificar a ave quando ela aparecer.
Vá a campo nos melhores horários de observação. Lembre-se que as aves levantam ao amanhecer do dia e recolhem-se antes do pôr-do-sol.
Evite proximidade exessiva. As aves também possuem tolerância de distância. Se você violar o seu território ela pode se defender. Além disso, há doenças que podem ser transmitidas se você entrar em contato direto com elas.
Não saia para observar sozinho. Convide sempre alguém para lhe fazer companhia e reforçar a segurança. Avise sempre onde você está indo, com quem e quando pretende voltar.
Não ofereça alimentação às aves para elas se aproximarem de você. Desta forma, elas podem se tornar vítima de outras pessoas mal intencionadas que podem se aproveitar para capturá-las.
Use roupas confortáveis, discretas, que protegem e não chamem a atenção. As aves enxergam melhor que nós e distinguem cores de uma forma única. Portanto, harmonize-se visualmente com o ambiente.
Seja persistente e determinado. No início a observação é trabalhosa e exige dedicação, como qualquer atividade. Atente sempre para o processo de aṕrendizagem que ela proporciona e esqueça os resultados imediatos.
Promova o bem estar das aves e do seu ambiente
a) Apoiando a proteção de habitat importante para as aves;
b) Evitando estressar ou expor as aves ao perigo, comportando-se de forma cuidadosa quando em atividade de obsrvação, fotografia, gravação sonora ou filmagem;
c) Limitando a utilização de gravações ou outros métodos de atração de aves, nunca usando esses métodos em áreas utilizadas para observação ou para atrair espécies ameaçadas, em perigo de extinção ou, ainda, de ocorrência rara ou restrita no local;
d) Mantendo a distância adequada de ninhos, colônias de modificação, arenas de exibição ou, ainda, de ocorrência rara ou restrita no local;
e) Utlilizando com moderação luz artificial ou flash, especialmente para tomadas de curta distância.
Ave rara, avalie o potencial de perturbação
Antes de comunicar ocorrência de uma ave rara, avalie o potencial de perturbação para a ave, para o ambiente e para as pessoas naquela localidade e somente prossiga se o acesso à região puder ser controlado, a perturbação minimizada e, se for o caso, tiver sido obtida a permissão do proprietário da área. Os locais de nidificação de aves raras só devem ser divulgados às autoridades competentes.
Respeite as leis e o direito alheio
a) Não penetrando em propriedade privada sem autorização explícita do proprietário;
b) Seguindo todas as leis, normas e regulamentos relativos ao uso de estradas e áreas públicas, tanto em seu pais quanto fora dele;
c) Sendo cortês em contato com as pessoas, Seu comportamento exemplar gerará boa vontade tanto em relação a outros observadoers de aves, quanto às demais pessoas.
Ambientes Artificiais
Assegure-se que os alimentadores, as caixas de nidificação e outros ambientes artificiais para as aves sejam seguros:
a) Mantendo os comedouros, os bebedouros, e água e os alimentos livres de impurezas, deteriorização ou doenças;
b) Limpando e efetuando manutenção regularmente das caixas de nidificação ou ninhos artificiais;
c) Cuidando para que as aves não estejam expostas à predação por animais domésticos e outros riscos artificialmente criados, caso esteja atraindo aves em uma determinada área.
Observação de aves em Grupo
Organizado ou não, requer cuidados suplementares. Cada participante do Grupo, além das obrigações referidas nos itens 1 a 5 antes mencionados, tem responsabilidades como integrante de um Grupo:
a) Devendo respeitar os interesses, direitos e habilidades dos demais membros do Grupo, bem como de outras pessoas que estejam praticando esportes ao ar livre;
b) Dividindo generosamente seu conhecimento e habilidade com os demais integrantes do Grupo- com as cautelas previstas no item 2 acima - com especial atenção e dedicação aos iniciantes;
c) Na hipótese de identificar um comportamento pouco ético de um observador, após avaliar a situação e se achar aconselhável, oferecer a adequada orientação no sentido de fazer cessar a ação imprópria. Se, entretanto, não obtiver êxito, registre o fato e comunique as pessoas e autoridades competentes.
Líder ou Guia de Grupo
Caso seja lider ou guia de Grupo, amador ou profissional, esteja ciente de suas responsabilildades adicionais:
a) Sendo um exemplo de comportamento ético, ensinando através da palavra e da conduta;
b) Formando o Grupo com a quantidade de participantes que limite o impacto ao ambiente e que não interfira com outros utilizando a mesma área;
c) Assegurando-se de que todos os participantes do Grupo conheçam e pratiquem as regras deste código;
d) Identificando e informando ao Grupo sobre qualquer circunstância especial aplicável ao local qeu está sendo visitado, como, por exemplo, a proibição de utililzação de gravadores sonoros;
e) Reconhecendo que empresas de turismo têm a obrigação de colocar o interesse do público e o bem estar das aves acima de seus objetivos comerciais;
f) Mantendo registro das observações realizadas e documentando ocorrências incomuns para submeter ao conhecimento de organizações apropriadas.