Teatro Guarany

Foto topo: Anderson Bianchi

  

Primeiro edifício construído para fins teatrais em Santos, foi inaugurado em dezembro de 1882 e destruído por um incêndio em 1981, que poupou apenas as paredes externas. Reconstruído e entregue em 2008, tem interior moderno e a fachada de inspiração neoclássica do projeto original. Destaque para as pinturas de Paulo Von Poser no teto e no foyer do segundo piso. No prédio, funcionam a Escola de Artes Cênicas Wilson Geraldo e a sala de espetáculo Carlos Alberto Soffredini, que homenageiam, respectivamente, o ator e o dramaturgo santistas - ambos foram também diretores de teatro.

Plateia

Além de plateia com 270 assentos e camarotes com 80 lugares, o Teatro Guarany tem ateliê, camarins, café, salas de aula e laboratórios de som e iluminação e de cenografia. O primeiro e segundo andares são utilizados apenas pelos alunos das escolas de arte. Quando foi inaugurado, em 1882, o teatro tinha capacidade para cerca de 700 pessoas – com a reforma de 1910, passou para mil, mas nos anos 1960, quando passou a funcionar como cinema, foi reduzida para 170 espectadores.

 

Foto: Tadeu Nascimento

O Guarany

Assinada por Paulo Von Poser, a pintura do teto da plateia foi inspirada em  cenas da ópera ‘O Guarany’, de Carlos Gomes – para fazer o desenho, de 225m², o artista plástico morou cinco meses no teatro. A primeira cena mostra uma índia guarani morta em uma luta. Na sequência, como uma alegoria, os personagens principais Ceci e Peri circundados pela história escrita por José de Alencar. E, em cima, o encontro de amor entre o índio e a adolescente portuguesa. A obra foi desenhada sobre tela de algodão e trabalhada em partes, como em um quebra-cabeça.

 

Foto: Tadeu Nascimento

História

O Guarany recebeu personalidades do porte de Sarah Bernhardt (1886), Emanuel Giovani (1887), Gabrielle Réjane (1902) e Artur Azevedo (1907). Além de grandes eventos artísticos, o teatro abrigou manifestações abolicionistas, incluindo discursos do jornalista abolicionista José do Patrocínio, e foi palanque para atos republicanos e até de cerimônias fúnebres, como no falecimento de Carlos Gomes (1896), quando seu corpo passou por Santos a caminho de Campinas. Também foi no Guarany a proclamação, em 1894, da primeira – e única – constituição municipal do país.

 

Foto: Tadeu Nascimento