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4/ 12/ 2017

Márcia Okida inspira-se em Kandinsky e cria jardim minimalista na mureta

O quadrado é vermelho e estático; o triângulo, amarelo, é dinâmico, e o círculo, azul, é sereno.

 

A linguagem visual criada pela Bauhaus, a histórica escola alemã de arquitetura e design, foi a inspiração de Márcia Okida, autora da mureta Jardim de Kandinsky, assentada no jardim da orla, em frente ao número 34 da Avenida Presidente Wilson.

 

Associado à teoria do design criada pelo pintor russo Wassily Kandinsky, professor da escola alemã, a santista adicionou a figura de flores, em traço fluido que lembra origami e remete à sua origem oriental. E explorou, em sua obra, a correlação das formas geométricas às cores primárias, sobre as quais o artista russo, pioneiro do movimento abstracionista, imprimiu qualidades.

 

Desafios

Com o projeto criado em sua mente, a designer gráfico rascunhou figuras geométricas e chegou à forma da flor. Inspiração não lhe faltou. “O mais difícil foi passar o projeto de arte para a mureta”, reconhece Márcia, que, por não ter ateliê, desmontou a sala de sua casa e a transformou em estúdio durante 15 dias. Seu trabalho tem duas importantes colaborações: a de seus sobrinhos Lorenzo, de 3 anos, e Kiani, 4.

 

Outro desafio foi criar uma obra para um ambiente externo. Tanto que entrou em contato com o amigo Morandini, que se define como criador de imagens e participou do Cow Parede, edição São Paulo, exposição de arte pública internacional que utiliza vacas em tamanho original como suporte. “Foi meu primeiro trabalho ao ar livre. E até sonhei que minha mureta tinha desabado com o primeiro temporal”, contou, divertindo-se com sua preocupação.

 

Emoção

Avisada por Mauriomar Cid, idealizador do projeto Muretas na Cidade, sobre o término da instalação de sua peça no jardim, Márcia não teve dúvida: mudou seu caminho para apreciar o trabalho. “Muito legal ver um projeto seu integrado com a paisagem e perto de outro ícone da Cidade, que é o leão da praia”. Desacompanhada no momento, ela não arredou o pé da orla, aguardando a passagem do primeiro pedestre, a quem solicitou o registro de uma foto.

 

Essa e outras imagens da produção da mureta, além de uma filmagem em timelapse (técnica cinematográfica que retrata a passagem de várias horas em apenas alguns segundos) serão apresentadas aos seus alunos do curso de Produção Multimídia da Unisanta. “Gosto de mostrar não apenas o que deu certo, mas também o que deu errado”, explicou a designer gráfico, compromissada com a arte em suas mais variadas expressões.

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