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8/ 10/ 2017

A magia da câmera pinhole presente no Festival Internacional da Imagem

Agulha, fita isolante e papel fotográfico ou filme de raios X. Com esses simples componentes que transformam uma latinha em câmera de orifício, ou pinhole, crianças e adultos mergulharam no mundo mágico da fotografia com o projeto Cidade Invertida, que instalou seu trailler hoje (8) na rampa de aceso ao Sesc-Aparecida, no último dia do 2º Festival Internacional da Imagem.

 

“Foi uma experiência incrível”, resumiu Áurea Ruth Ferreira, 79 anos, apaixonada pela fotografia, depois de acompanhar o processo de revelação do filme. Ela registrou pequenas flores no jardim do Sesc com uma câmera pinhole, na qual o furo, feito com uma agulha, funciona como obturador. Dona de uma coleção de imagens de pores do sol, seu cenário favorito, ela se juntou a um dos grupos interessados no projeto, onde estava Maria Fernanda, de sete anos, a mais jovem integrante.

 

Os negativos das imagens, reveladas em um laboratório fotográfico montado no interior do trailler, eram expostos em um varal, onde a artista visual Marcella Marigo e Ricardo Hantzschel, idealizador e coordenador do Cidade Invertida, explicava todo processo.

 

A atividade foi uma das 30 ações realizadas durante todo o dia, que envolveram imersões, exibição, laboratório, conversas, workshops, foto escambo e mostras fotográfica realizadas em 11 locais da cidade, 10 deles no Centro Histórico.

 

Itinerância

Projeto itinerante de fotografia, o Cidade Invertida já rodou, em 10 anos de existência, 30 mil quilômetros pelo país e visitou mais de 40 cidades de Norte a Sul, em um trabalho de 550 workshops, cursos e oficinas que envolveu cerca de seis mil pessoas. A iniciativa reúne fotógrafos, educadores e artistas na elaboração de ações culturais relacnadas à imagem, tornando-a ferramenta de cultura, conhecimento e cidadania, conforme explicou Marcella.

 

É na simplicidade da pinhole, prosseguiu, que são assimilados os conceitos básicos da fotografia, como abertura (do orifício produzido pela agulha), tempo de exposição à luz, natureza do material sensível, e ainda os procedimentos fundamentais da revelação preto e branco.

 

De acordo a coordenação do projeto, pesquisa realizada na França atesta que 82% da aprendizagem informal vem das imagens e que 55% desse total é absorvido de forma inconsciente. “O conhecimento que significa algo à pessoa é aquele que a instrumentaliza a compreender o meio em que vive e as imagens são mediações entre o homem e o mundo”, destacam os coordenadores.

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