Notícias

3/ 03/ 2019

Carnabonde arrasta 15 mil foliões para o Centro Histórico

Teve família unicórnio, com pai careca de tiara e saia tutu; bebê de seis meses com camiseta de xerife; idosos com fôlego à toda prova; roupas criativas ou improvisadas, e até pets fantasiados com capricho. Alegria, disposição e bom humor não faltaram na 19ª edição do Carnabonde, que arrastou cerca de 15 mil pessoas para o Centro Histórico na tarde deste sábado (2).
O maior baile de carnaval de rua da região homenageou, este ano, o Clube Saldanha da Gama, responsável pelos blocos ‘Dona Doroteia, vamos furar aquela onda?’ e ‘Nereira Tricolores’, tradicionais no século passado, e ainda o comerciante Orlando Tavares, que morreu em novembro, fundador do Raparigas do Último Gole.
João Pinto de Sá, presidente do clube, e familiares do fundador do Raparigas subiram ao palco da Praça Mauá para receber placa comemorativa, entregue pelo prefeito Paulo Alexandre Barbosa e pelo secretário de Cultura Rafael Leal.
 
TURISTAS
 
A festa, que começou às 12h ao som da banda Zago Art Show Guarda, atraiu inclusive turistas, que vieram à Cidade para curtir o carnaval, como Hermínia Queiroz, que integrava um grupo de 46 cariocas que chegou na sexta e só retorna ao quando a festa acabar.
“Eu já estive em Santos anos atrás e retornei agora. Estou encantada com as belezas da Cidade, as atrações, a segurança. E o povo é animado e acolhedor. Estou adorando o carnaval daqui. Já curti o trio elétrico em Salvador e agora estou me divertindo com o Carnabonde”, afirmou a foliã, frisando que a festa está aprovada. “Recomendo. Eu vou voltar.”
Alcides Martucci, 58 anos, de São Paulo, há seis anos passa o Carnaval em Santos. Com uma fantasia encontrada na internet, ele ‘vestia’ uma caixa de papelão e tinha, preso às costas, um boneco com a máscara da série policial espanhola Casa de Papel. “Esta Cidade é maravilhosa e quero vir morar aqui”, disse ele, adiantando já ter até adquirido apartamento no Embaré. Ao seu lado, estava a auto-intitulada ‘família unicórnio’, de Praia Grande, integrada por Thiago, Eloisa e a pequena Maya, todos com farta saia tutu e a característica tiara.
FAMÍLIA
A forte presença de famílias inteiras, de bebês até idosos, foi destacada pela presidente do Fundo Social de Solidariedade Maria Ignez Pereira Barbosa, elogiando também o envolvimento de 37 voluntárias da entidade, que durante um mês se dedicaram à confecção de fantasias e adereços. “Elas trabalham com entusiasmo e já ficam na expectativa da festa”, comentou.
         
GRANDE PÚBLICO
 
O bonde chegou à Praça Mauá às 15h15, precedido pelo caminhão de som que trazia a banda Oscar Guzella, e foi imediatamente cercado pelo público. A ornamentação ‘Um mar de alegria’ ficou a cargo do artista plástico André Leahun, que desde 2006 responde pela decoração do elétrico. Interpretando as marchinhas tradicionais, a banda garantiu a animação dos foliões, que durante pouco mais de uma hora percorreram o Centro Histórico atrás do bonde.
Manuela, de um ano e três meses, fez sua estreia no Carnabonde fantasiada de abelhinha, fazendo par com a cachorrinha Nina, também fantasiada, uma veterana na festa – a pet já participa há quatro anos. E era tanta a preocupação da mamãe Cristina Sérgio com a fantasia das duas que ela esqueceu de comprar os adereços para si própria. “O Carnabonde não pode parar nunca. É  muito melhor que bloco, melhor que clube, melhor que qualquer outra coisa”, frisou Cristina, residente na Ponta da Praia.
Com camiseta de xerife e fralda, João Gabriel, de apenas seis meses, estava atento a toda a agitação da praça. “Assim ele já vai se acostumando”, explicou a mãe Maria Vilma Carneiro. Com o marido e a filha Maria Júlia, de seis anos e fantasiada da super-heroína Ladybug, era sua estreia no Carnabonde. A família é de Piauí e há quatro anos está radicada em Santos. “A festa é bem legal, né?”, avaliou.
Se o dinheiro está curto, o jeito foi apelar para a criatividade. Duas moças chamavam a atenção: de preto, tinham afixado na camiseta o seguinte aviso: “Tá desempregado? Eu dou trabalho.”
 
RETAGUARDA
 
Até as 16h30, o serviço médico da Prefeitura registrou apenas três atendimentos, todos com remoção para observação do quadro. As vias próximas à Praça Mauá contavam com bloqueio e os foliões passavam por revista, a cargo da Guarda Municipal. A situação foi considerada tranquila pela corporação e, no bloqueio da Rua Augusto Severo, houve apenas a apreensão de uma embalagem de lança perfume.
Português, Brasil