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22/ 02/ 2019

Museu Pelé recebe dia 9 a arte naïf de Alemberg Quindins

Pela primeira vez no Estado de São Paulo, a exposição ‘A Bola’, do artista plástico cearense Alemberg Quindins, será aberta no próximo dia 9, às 11h, no Museu Pelé (Largo Marquês de Monte Alegre, 1, Valongo, Centro Histórico). Integrada por 20 obras em acrílico sobre tela, a mostra ressalta a importância da bola na infância e a coloca como protagonista no campo de futebol.

A bola perpassa tela a tela, interligando cenas e contando histórias, como as contas que correm em um cordão na ladainha de um rosário. O universo visual da mostra, que poderá ser apreciada até o dia até 25 de abril, tem como ambiente os anos 1970, quando Alemberg acompanhava os jogos pelo rádio, lia os comentários da Revista Placar e assistia ao Canal 100, cinejornal transmitido nos cinemas, antes dos filmes. A exposição segue depois para o Museu de Esportes, em São José dos Campos, onde fica em exibição de 29 de abril a 31 de maio.

TELSTAR - Nas telas do artista, a bola apresenta-se em três dimensões: no modelo Telstar, da Adidas, a primeira bola oficial usada na Copa do Mundo FIFA, que estreou em 1970; em lances documentados por fotógrafos da época e em uma torcida naïf, presente nos desenhos do autor quando criança, época em que publicava revistinhas desportivas artesanais como repórter de campo de várzea.

A Telstar foi a primeira bola a usar o formato de um icosaedro truncado, composto por 12 gomos pentagonais pretos e 20 gomos hexagonais brancos, que mais tarde tornaram-se um símbolo do futebol. As bolas usadas nas competições anteriores eram de cor escura e tinham costuras com 12 ou 18 gomos em formatos de listras, parecido com uma bola de vôlei atual.

A Placarzinha, cujos originais também fazem parte da mostra, era uma revista em miniatura, inspirada na revista Placar, criada e produzida manualmente por Alemberg para documentar o cenário futebolístico da meninada. Aos domingos, ele circulava pelos campinhos da cidade e, na manhã do dia seguinte, estava pronta mais uma edição.

As crianças esforçavam-se em dribles e defesas para que seus feitos fossem registrados – com o tempo, o artista passou a ser solicitado até mesmo nos jogos dos adultos, pois todos queriam ser citados e ilustrados nas páginas e pôsteres da revistinha.

A exposição, que estreou em 2016 em Nova Olinda e depois em Crato, ambas no Ceará, é uma iniciativa da Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri, em parceria com a Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari e com o Sistema Estadual de Museus (Sisem-SP), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo.

O ARTISTA - Alemberg Quindins é músico de formação popular, historiador autodidata, simpatizante da Ashoka e líder da Avina, fundação que trabalha em prol do desenvolvimento sustentável na América Latina, incentivando alianças entre líderes sociais e empresariais. Considerada a 5ª ONG de maior impacto social no mundo, a Ashoka, criada em 1980 na Índia, é uma organização sem fins lucrativos que lidera um movimento global para criar um mundo no qual todos se reconheçam como agentes de transformação positiva na sociedade.

Foi ele o responsável pela restauração, em 1992, da primeira casa grande da fazenda que deu origem ao Município de Nova Olinda (CE) e criou a Fundação Casa Grande-Memorial do Homem Kariri, ong que tem como missão educar crianças e jovens por meio da gestão cultural e do protagonismo juvenil.

Consultor do Unicef, criou o projeto Vez da Voz nos assentamentos dos sem-terra no Ceará e no Rio Grande do Norte, além de rádios-escolas em várias cidades do seu estado natal. Na África, em Moçambique e Angola, criou a rede de jovens comunicadores da língua portuguesa. Por suas realizações já recebeu várias premiações, inclusive do Unicef e do Ministério da Cultura e do Jornal Folha de S. Paulo (empreendedor social).

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