Notícias

3/ 02/ 2025

Capoeira ganha espaço exclusivo no Novo Quebra-Mar, em Santos

De um lado o som dos cantos e do berimbau. Do outro o barulho das ondas e dos pássaros. Uma linda composição, acrescida de muito gingado e os mais variados golpes. Essa é a descrição da Roda de Capoeira, novo espaço inaugurado no Novo Quebra-Mar, em Santos, neste sábado (1º/2).

Agora, os praticantes do esporte afro-brasileiro que mistura arte marcial, dança e música ganharam um espaço no Parque Roberto Mário Santini, na orla da Praia do José Menino. A inauguração reuniu mestres, alunos, além de autoridades e simpatizantes da capoeira.

O prefeito Rogério Santos falou sobre a importância da capoeira na cultura brasileira, que vem desde a época da colonização, e a relação com a Cidade. “A história da capoeira em Santos começa com os mestres Sombra e Bandeira, que são referência, não apenas trazendo, mas difundindo a capoeira no Município e em todo Brasil. Agora, temos esse espaço para a prática esportiva e cultural, dedicado a todos”.

A capoeira foi desenvolvida no País por descendentes de escravos africanos no final do século 16. Em Santos surgiu em meados de 1960 oriunda de duas linhagens e escolas tradicionais da Cidade: a do Mestre Sombra (Roberto Teles de Oliveira) e a do Mestre Bandeira (Luiz Sandro Barbosa). 

"Eu costumo dizer que a capoeira é a expressão máxima da cultura de um povo. Nós estamos sempre brigando, correndo para que a gente seja lembrado. Graças a Deus, aqui, uma parte foi atendida”, disse o Mestre Sombra, da Associação Senzala de Santos.

Mestre Bandeira, da Associação Santista Arte de Gingar Só Capoeira, afirmou ser um dia marcante na história da capoeira na Baixada Santista. “Essa inauguração é um grande ponto de esperança e um fortalecimento da nossa cultura. A capoeira tem sido um símbolo de resistência. Nós estamos dando hoje um passo para muitos outros que virão. Merecemos esse espaço, por manter a ancestralidade e pela sua tradição na Região”.

A inauguração da Roda de Capoeira do Novo Quebra-Mar teve várias apresentações, incluindo um capoeirista francês Julien Chabrier, conhecido como Gato: “ Conheci a capoeira com minha mãe, que me levou num espetáculo na França e eu me apaixonei. Pratico há 15 anos. Estou achando maravilhoso esse espaço para a capoeira”.

O secretário de esportes, Rogério Sampaio, ressaltou a mistura de atividade física, gingado e cultura que a capoeira agrega. “Temos um grande número de praticantes em Santos e agora a capoeira está no lugar certo, neste espaço que se tornou referência para a prática esportiva, com surfe, skate, ciclismo e tantas outras modalidades”.

Foto: Isabela Carrari/PMS

A capoeira em Santos é reconhecida como patrimônio cultural imaterial por meio da Lei nº 4.102/22, que estabelece diretrizes e incentiva sua prática em locais públicos. O documento destaca a referência à continuidade histórica e sua relevância para a memória, identidade e formação da sociedade santista.