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17/ 04/ 2021

Museu de Santos terá exposição virtual em homenagem aos povos indígenas

Na próxima segunda-feira (19) comemora-se o Dia dos Povos Indígenas, data de maior visibilidade da população que deu origem ao Brasil. E, como forma de homenageá-los, o Museu da Imagem e do Som de Santos (Miss) convidou alguns integrantes dessas comunidades para trazer fotografias com o olhar de quem diariamente vive e resiste aos permanentes ataques em seus territórios, há mais de 500 anos.

A exposição virtual ‘Abril Indígena no Miss’ terá início na segunda, no Facebook e  instagram  do museu. O foco da mostra são três comunidades do litoral paulista, duas delas captadas pelas lentes de representantes das próprias comunidades e a última, por um antropólogo que registra as festas tradicionais na costa do Estado de São Paulo.

Na aldeia Indígena Bananal, situada em Peruíbe, o cacique Ubiratã Gomes buscou eternizar as artes, usos e costumes, bem como a interação com o meio onde vivem. “Para mim, a fotografia é a arte de dizer com as lentes de uma câmera o quanto amamos a mãe natureza e toda sua expressão e beleza”, diz Gomes.

Já o fotógrafo Cleiton Werá, da aldeia Tabaçu, fotografou a cultura tupi-guarani e as práticas tradicionais. Werá é um dos morubixabas (cacique) mais novos. Aos 32 anos, vê a necessidade de registrar em imagens o legado construído para as futuras gerações.

Outro convidado foi o doutor em arqueologia, historiador e fotógrafo Plácido Cali. A Festa do Tataruçu Katu (Festa do Fogo Sagrado), na aldeia Tabaçu Reko Ypy, foi o trabalho apresentado. “A celebração constitui uma prática de resistência cultural indígena, pois reafirma sua cultura através de uma prática religiosa tradicional”, pontua Cali.

Com a colaboração da assessoria de comunicação do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), foram convidados três profissionais de outras aldeias do País, ampliando o panorama de imagens que fazem parte dessa exposição fotográfica virtual. Nelas se destacam a luta dos Guarani Mbya da Terra Indígena do Jaraguá, pelas lentes do jovem fotógrafo Richard Wera Mirim, jovem liderança do povo Guarani Mbya e morador da Terra Indígena Jaraguá, na Zona Noroeste da cidade de São Paulo. Segundo Wera, “meu trabalho busca despertar e incentivar mais jovens do meu povo a tomar iniciativas como a minha, de servir nossa comunidade nos campos da comunicação, fotografia e audiovisual, fundamentais para compartilhar com os não indígenas sobre história, luta, cultura e conhecimentos dos Guarani”.

Já da aldeia Pataxó Coroa Vermelha, localizada no extremo sul da Bahia, a fotógrafa Vanessa Pataxó traz memórias, vivências, festividades e eventos de lutas. “A fotografia é uma das formas que uso para expressar a luta de nós, povos indígenas do Nordeste, contada através do meu olhar enquanto indígena sobre minha cultura”.

A última parte da exposição traz a jornada indígena que percorreu 12 países da Europa, para denunciar as graves violações perpetradas contra os povos indígenas e o meio ambiente no Brasil, contada pelo comunicador indígena Eric Marky Terena.

FOTOS: Reprodução