5 mil foliões superam a chuva para prestigiar a 20ª edição do Carnabonde, em Santos

Teve anjo com auréola e asas, super-heróis de todos os tipos e idades, piratas, Malévolas caprichadas e improvisadas, cabelos tingidos de tudo o que é cor e adereços de cabeça variados - houve até quem improvisasse um chapéu de turco, virando na cabeça uma cestinha de palha, fazendo as vezes de um tarbush, também conhecido por fez. E, claro, capa ou guarda-chuva como itens obrigatórios, para aguentar o mau tempo intermitente.

     
Mas não houve chuvisco ou chuva mais forte capaz de espantar os cinco mil foliões que desde as 12h de hoje (22) ocuparam a Praça Mauá, no Centro Histórico, para participar do Carnabonde, o maior carnaval ao ar livre da Baixada Santista, este ano em sua 2° edição. No palco, o Zago Art Show garantiu a animação, com um repertório que intercalava tradicionais marchinhas e MPB em ritmo de samba. Para completar, o jornalista Luciano Facciolli, que fez as vezes de mestre de cerimônia e animador, manteve sempre em alta a animação dos foliões.

   
Homenagem a clubes

Todo enfeitado pela equipe do artista plástico André Leahum, o bonde chegou às 15h na praça, transportando a presidente Maria Ignez Barbosa e integrantes do Fundo Social de Solidariedade de Santos, com fantasias em homenagem aos condutores dos bondes. Chegada em grande estilo, ao som de ‘Aurora’, tradicional marchinha de carnaval interpretada pela Orquestra Oscar Guzella, no carro de som.

     
A saída do Carnabonde foi precedida de homenagem aos quatro clubes sócio-esportivos da Ponta da Praia, cujos presidentes receberam placa comemorativa das mãos do prefeito Paulo Alexandre Barbosa, acompanhado no palanque da Corte Carnavalesca 2020: João Pinto de Sá (Saldanha da Gama), Osvaldo Ramos Hélio (Internacional), Valter de Souza (Vasco da Gama) e Nilton Carvalho (Regatas Santista).

   
Animação

Após passar por vistoria nos acessos à Praça Mauá, inclusive de bolsas e coolers, e submeter-se a detector de metais, o público se esbaldou e respondia, em alto e bom som, às ordens dos cantores. Do antigo bordão do Chacrinha (“Terezinhaaaaaa”, seguindo-se o coro de “uh, uh”), a clássicos de Tim Maia, Jorge Ben Jor, Lulu Santos, os foliões acompanhavam com por pulos, braços levantados e ‘trenzinhos’.

    
Vênice Pangoni, 15 anos, fantasiada de diabinha, e o namorado Juan Benítez, 17, vestido de anjo, vieram de São Paulo para passar o carnaval em Santos. E foram com os oito integrantes da família se divertir no Carnabonde.
Nesta edição da festa, Letícia de Souza comprou uma fantasia de Viúva Negra, dos Vingadores. Veterana no Carnabonde, todo ano ela surge com um personagem: “Já me fantasiei de Batman, Mulher Maravilha... todo ano compro uma”.

   
O português Paulo André Xará da Costa, que mora na Alemanha com a esposa Kátia, participou pela segunda vez do Carnabonde e diz já estar melhorando no samba. Ele acompanhava a família da esposa, na qual
o destaque era Aline, 4 anos, vestida de Paquita. Foi só escutar “olha a cabeleira do Zezé..” que a pequena passou a pular sem parar, obrigando a mãe Maitê Vieira a segurar suas duas mãos.

     
Geni Silva saiu de casa, no Saboó, com uma caprichada fantasia de Minnie, com direito a saia rodada e laço nos cabelos, ambos vermelhos com bolinhas brancas. “Este ano vim de Minnie Nega Maluca”, brincou, referindo-se aos cabelos cacheados.

    
Um grupo de legging preta e camiseta amarela e preta, encabeçado por um estandarte e craque nas evoluções, chamou a atenção e conquistou adesões - era o Vibra Vida, da Vila Criativa, que teve em Ana Bianca uma dançarina de fôlego.

    
Parte do público foi atrás do Carnabonde, no ritmo comandado por Oscar Guzella no carro de som, que seguiu pela Rua do Comércio, rumo ao Valongo.

Foto: Marcelo Martins