Universo dos surdos é tema de qualificação de guias de turismo e recepcionistas da Setur

Libras não é apenas uma forma de se comunicar com os surdos, mas sim uma outra cultura e um idioma muito distante da língua portuguesa. Diferentes aspectos do universo dos surdos foram o tema da qualificação que os guias de turismo e recepcionistas bilíngues da Setur (Secretaria de Turismo) realizaram na tarde de segunda (4), na Congregação Santista de Surdos, no Gonzaga.

“Me perguntava por que havia necessidade de um intérprete de Libras, se já havia legenda em programas e filmes na tevê”, comentou Maria Valentina Rezende, chefe da Seção de Capacitação e Formação Técnica da Setur. E ouviu da pedagoga Rosemary Magalhães Leite, da congregação, que, para os surdos de nascença, as letras, sílabas e símbolos da língua portuguesa não têm significado algum.

Surdo não é deficiente auditivo

Além disso, de acordo com a pedagoga, deve-se chamar a pessoa que não ouve de surdo e não de deficiente auditivo, terminologia adequada para aqueles que estão perdendo a capacidade auditiva.

Libras, prosseguiu Rosemary Leite, é uma outra língua, com estrutura gramatical própria, baseada no visual. Aliás, Libras é a língua utilizada no Brasil, com similaridades com a francesa.

Conhecer um pouco do universo do surdos é de grande importância para os guias de turismo e recepcionistas bilíngues, cujo trabalho é voltado ao público, conforme enfatizou Valentina Rezende. “E conhecer alguns aspectos do universo dos surdos foi tão interessante que muitos desses profissionais da Setur se interessaram em fazer o curso de Libras.”