Rota da Independência
Uma viagem no tempo percorrendo os lugares por onde D. Pedro passou, entre a tarde do dia 5 de setembro e a manhã do dia 7 de setembro de 1822. Veio acompanhado do seu ministro itinerante Saldanha da Gama, do ajudante Gomes da Silva – o Chalaça, do padre Belchior Pinheiro, o brigadeiro Jordão, sua Guarda de Honra sob o comando do coronel Antonio Pereira Lobo e do subcomandante coronel Manuel Marcondes de Oliveira e Melo (futuro Barão de Pindamonhangaba), além de dois criados particulares trazidos do Rio de Janeiro.
Pelas 4hs da tarde daquele dia 5 de setembro de 1822, o Príncipe D. Pedro desembarcou com sua comitiva no Porto do Bispo, largo da Travessa da Alfândega Velha (atual Rua Frei Gaspar). Na ocasião, Santos contava com cerca de 4.800 habitantes, que estavam concentrados na região aqui do Centro.
Palacete Mauá
O nosso ponto de partida é o Palacete Mauá, casa mais antiga e preservada de 1818, de pessoa importante da cidade da época. Essa construção é remanescente da época da passagem de D. Pedro.
Bolsa do Café
O Palácio da Bolsa Oficial do Café, hoje Museu do Café, foi oficialmente inaugurado em 7 de setembro de 1922, para celebrar o centenário da Independência do Brasil. Toda negociação de café ocorria aqui. O prédio passou a ser sede do museu em 1998.
Exatamente aqui era o chamado ''Quatro cantos'', pois era o encontro das principais ruas da Vila: A Direita, a Travessa da Alfândega, a Antonina.
Casa onde José Bonifácio nasceu
Aqui fazemos uma parada para observar o local onde havia a casa do nascimento de José Bonifácio, vamos falar dele durante o passeio devido sua importância para Independência.
D. Pedro foi recepcionado com festa pela população, por grandes figuras da vila santista, por membros da Câmara Municipal, do Clero, das milícias locais, nessa época um grupo oficial de soldados, e por cidadãos comuns. As ruas por onde passava o cortejo do Príncipe estavam apinhadas de povo, as sacadas das casas decoradas com brocados, flores e folhagens. As senhoras e moças atiravam braçadas de rosas e outras flores sobre o cortejo. Um parque de artilharia deu as salvas de estilo. Para deleite dos súditos, D. Pedro e comitiva percorrem algumas ruas.
Associação Comercial de Santos
A atual sede foi construída em 1919 pela Cia Construtora de Santos, de Robert Cochrane Simonsen, e inaugurada em 1923. A entidade foi fundada em 1870 e já estava instalada em construções anteriores no mesmo terreno. A mesma empresa construtora foi responsável pela edificação do palácio que sediou a Bolsa Oficial do Café.
Conjunto do Carmo e Praça Barão do Rio Branco
O Conjunto do Carmo é considerado um dos mais antigos relicários do barroco brasileiro, são duas igrejas unidas por uma única torre sineira. A Igreja dos Freis Carmelitas, do Convento do Carmo, data de 1589 – é a da direita do conjunto. Vale ressaltar que as igrejas, juntamente com o Palacete Mauá, são as poucas construções existentes daquela época.
Fica no espaço da antiga portaria do convento o Panteão dos Andradas, que em 1924 recebeu os restos mortais do Patriarca da Independência, José Bonifácio, antes enterrados no pátio da igreja.
Vestindo uniformes de gala, as tropas da guarnição formaram duas alas desde o Largo do Carmo onde existia a “Casa de Câmara e Cadeia” e o “Pelourinho”, hoje Praça Barão do Rio Branco, prosseguindo pela Rua Meridional, atual Praça da República e finalizando em frente à antiga Matriz sobre a invocação de Nossa Senhora do Rosário, hoje Praça Antonio Telles, onde se realizou um solene Te Deum (hino cristão, usado principalmente na liturgia católica) em ação de graças pela vinda do Príncipe. Para animar a festa, a Banda Musical do Batalhão de Caçadores (criada pouco tempo antes pela Carta Régia de D. João VI, a 5 de fevereiro de 1820) tocou entusiasticamente.
Alfândega
Na noite de 5 para 6 de setembro o Príncipe D. Pedro hospedou-se na ala esquerda do antigo Convento dos Jesuítas onde atualmente está o edifício da Alfândega. No dia 6 de setembro visitou as fortificações da vila indo de barca pelo estuário. Ao retornar da visita às fortificações, D. Pedro vem à Igreja da Misericórdia que era a edificação mais importante onde hoje é a atual sede da municipalidade – o Largo da Misericórdia devido à localização igreja da Misericórdia ali. À noite de 6 para 7 de setembro D. Pedro esteve na casa de José Bonifácio que lhe ofereceu um jantar que causou desconforto intestinal a D. Pedro. Depois do jantar, D. Pedro se deslocou à casa do Coronel Antonio Pereira Lobo.
Na manhã de 7 de setembro de 1822, O Príncipe Regente sentia-se mal pelo jantar na noite anterior. Por causa das dores abdominais, deu ordens para que reunissem a comitiva e se encaminhassem ao Porto do Bispo onde embarcaram e foram em direção ao Porto Geral do Cubatão. Às 9hs da manhã estavam prontos.
Ao chegar ao alto da serra, às margens do riacho Ipiranga, D. Pedro encontra Paulo Bregaro, o Correio chegado a São Paulo na véspera, trazendo correspondências da corte de Lisboa que deveriam ser abertas pelo Príncipe. O conteúdo das correspondências inflama os ânimos de D. Pedro que proclama a Independência do Brasil ali mesmo. Não fosse o desconforto abdominal, muito provável que a Independência tivesse sido proclamada aqui em Santos.
Casa do Trem Bélico
A Casa do Trem Bélico é a única edificação colonial-militar do gênero, no país, com as características portuguesas originais e o mais antigo prédio público da cidade.
Construída entre 1640 e 1656 para ser depósito de trem-de-guerra - isto é, munições, armas e equipamentos para proteção da então Vila de Santos contra ataques de índios e piratas -, a Casa do Trem Bélico é a sede do Circuito Turístico dos Fortes. Lembrando que esta é uma das poucas construções da época da visita de D. Pedro a Santos.
Outeiro de Santa Catarina
É o marco da fundação da Vila de Santos. No século XVI, Luis Góis e sua mulher ergueram, na base do pequeno morro, a Capela de Santa Catarina de Alexandria, junto à qual foi construída, em 1543, a primeira Santa Casa do País. Durante anos, o outeiro forneceu pedras para o calçamento das ruas e a ampliação do porto. Entre 1880 e 1884, o médico italiano João Éboli mandou construir uma casa acastelada no bloco de rocha que restou do monte.
Pantheon dos Andradas
Durante os trabalhos de restauro conservativo, uma preciosidade foi encontrada: letras em ouro, gravadas nas paredes com o nome dos Andradas, datadas de 1923, quando o espaço foi inaugurado. Inicialmente, foi aplicada folha de ouro na escrita e, mais tarde, o local foi pintado.
Como parte das comemorações do Bicentenário inauguramos a escultura instagramável, em bronze, da figura do mais ilustre dos santistas. Essa escultura se integra à Praça Barão do Rio Branco e o Pantheon.
Presente em nossa história desde o início do movimento de independência, José Bonifácio foi presidente da junta governativa de São Paulo (1821) e posteriormente assessor e ministro de D. Pedro, juntamente com seu irmão Martim Francisco. Sua grande capacidade, seus dotes de inteligência e de caráter tornaram-no, junto com o Príncipe Regente, o principal obreiro da Independência.
A viagem de Dom Pedro à Província de São Paulo e a Vila de Santos fazia parte dos planos de José Bonifácio para convencê-lo a dar o passo definitivo rumo à libertação brasileira aqui...
Praça Visconde de Mauá e Memorial José Bonifácio
Na Praça Visconde de Mauá, antigo Largo da Misericórdia, está o Palácio José Bonifácio. É a sede da Prefeitura Municipal de Santos e pode ser visitado com inscrições prévias no site www.turismosantos.com.br.
Nossa cidade homenageia José Bonifácio em praças, edifícios e monumentos. Além do Palácio José Bonifácio, temos a Praça Patriarca José Bonifácio, onde está o Fórum e o Monumento aos Andradas, na Praça Independência – onde também são homenageados Martim Francisco e Antônio Carlos. A mais recente homenagem a esse santista ilustre, o Memorial José Bonifácio foi inaugurado como parte das comemorações do Bicentenário da Independência.