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5/ 10/ 2019

Bonde Japonês é nova atração internacional da linha turística de Santos

Uma grande festa, à altura da centenária amizade entre Brasil e Japão, marcou na tarde deste sábado (5) a entrega do Bonde Japonês, nova atração da linha turística da Prefeitura de Santos. A cerimônia de apresentação do veículo fez parte das comemorações do 1º Festival do Imigrante, que segue até domingo (06) no bairro do Valongo.

Um dragão de 20 metros de comprimento, pesando mais de 100 quilos, abriu os caminhos para o elétrico doado pela cidade de Nagasaki. Ele foi construído em 1950 – apenas cinco anos depois dos ataques das bombas atômicas – e circulou por 60 anos pela cidade japonesa.  

Com capacidade para 28 passageiros, o veículo passa a integrar neste final de semana o circuito dos bondes, que já conta com exemplares de Portugal, Escócia e Itália, sendo ao longo últimos 19 anos uma das principais atrações turísticas do Centro Histórico de Santos, superando a soma de mais de 1 milhão de passageiros.

“Este é o 13º bonde da nossa linha turística e, certamente, vai contribuir muito para desenvolvimento do turismo em Santos. Este bonde representa também o fortalecimento dos vínculos entre Santos e Nagasaki, que há 47 anos são cidades-irmãs”, declarou o prefeito Paulo Alexandre Barbosa.   

Durante a cerimônia de entrega do bonde japonês, foi lida uma carta enviada especialmente para ocasião, assinada pelo prefeito de Nagasaki, Tomihisa Taue. “Estou muito feliz que a relação entre nossas cidades está se aprofundando. Espero que o bonde seja útil para a população de Santos e para os turistas que visitam a cidade”, escreveu a autoridade japonesa na mensagem.

Trabalho intenso

A doação do bonde foi formalizada em 2014, após quatro anos de tratativas entre as prefeituras de Santos e de Nagasaki. O desembarque em solo santista ocorreu dois anos mais tarde, após 42 dias de viagem e uma complexa operação, custeada com a ajuda de vários parceiros. Com grande expertise no restauro de bondes, a equipe especializada da Companhia de Engenharia de Trânsito (CET-Santos) foi a responsável pela adaptação do veículo japonês à linha turística santista.

O processo de restauro foi além dos serviços manuais feitos por profissionais de marcenaria, carpintaria, elétrica e mecânica das oficinas da CET na Vila Mathias e garagem do Valongo. Incluiu também pesquisa histórica sobre o local de origem do veículo, as técnicas de engenharia e construção, a cultura, tradições e costumes do povo japonês.

Para realizar as adaptações, várias frentes trabalharam simultaneamente ao longo dos últimos três anos. Na garagem do Valongo, uma parte da equipe se encarregou da substituição do sistema de captação da corrente elétrica, para que o modelo japonês possa utilizar a rede local – a mesma dos trólebus e que também serve à linha turística do Centro. O grupo de profissionais cuidou, ainda, dos reparos na chaparia (laterais).

Outra frente, esta terceirizada (empresa contratada via licitação), preparou a redução da bitola para adaptá-la aos trilhos existentes na Cidade e na substituição dos quatro eixos do veículo para preservação das rodas originais do elétrico vindo de Nagasaki. Nem mesmo a comunicação visual foi esquecida, com reproduções no interior do veículo alusivas ao período em que rodava na cidade japonesa.

Dança japonesa

A entrega do bonde japonês foi marcada também por apresentações de algumas manifestações da cultura japonesa, como o Gujo Odori (dança folclórica), Nagasaki Fujinbu (dança feminina) e Grupo Taiko Kyowa Daiko (tambores japoneses).

Em um dos pontos altos da apresentação, as simpáticas senhoras da comunidade japonesa, vestidas com roupas típicas, convidaram o público para dançar com elas. “Foi uma experiência maravilhosa dançar junto delas. Elas criam um ambiente único, especial”, declarou a esteticista Silvia Mota, que vive há um ano em Santos. “Esta cidade é cheia de agradáveis surpresas”, complementa a recém moradora.

Realizado pela Secretaria Municipal de Turismo (Setur), o 1º Festival do Imigrante segue neste fim de semana com shows de dança e música, comidas típicas, venda de artesanato, espaço kids e muitas outras atrações gratuitas na região do Largo Marquês de Monte Alegre (Valongo).

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