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16/ 08/ 2022

Centro comemora 165 anos com obras em andamento e olhar para o futuro

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O Centro de Santos comemora, nesta terça-feira (16), 165 anos. E o anúncio de projetos e investimentos para o local só causa animação em munícipes, comerciantes e turistas porque uma nova realidade já se descortina. Ela se concretiza em grandes eventos, na restauração de patrimônios históricos e obras em andamento por todos os lados, que geram confiança em um novo tempo, com desenvolvimento econômico, qualidade de vida e o toque de charme dos primeiros anos da história do bairro.  

Fotos: Divulgação/PMS

Ponto de riqueza incalculável em detalhes arquitetônicos, culturais e religiosos que remetem a momentos históricos do Brasil, o Centro de Santos abriga uma variedade de atrações para turistas e santistas de todas as idades.

Fotos: Divulgação/PMS

VALORIZAÇÃO

Basta um roteiro por algumas ruas para confirmar os sinais dos novos tempos. Construções seculares como o Outeiro de Santa Catarina e a Casa do Trem Bélico foram restauradas e reabertas ao público; o casarão-sede do Museu Pelé reformado; o Teatro Guarani ganhou nova pintura, enriquecendo o tour pelo local que ainda contempla outros tantos lugares como a Bolsa do Café e o Palácio José Bonifácio.

Fotos: Divulgação/PMS

OBRAS EM ANDAMENTO

Em uma caminhada pelo Centro também é possível perceber a quantidade de obras em execução. E assim como a Rodoviária, que foi totalmente modernizada, muitas intervenções sequer têm custo para o Município. É o caso da Praça Mauá, que está ganhando um espaço cultural e de educação ambiental, da nova passarela para pedestres que está sendo construída atrás da Alfândega, sobre a Rua Antônio Prado, para acesso à travessia de barcas Santos-Vicente de Carvalho e do restauro do Pantheon dos Andradas, todos frutos de compensação por empreendimentos da iniciativa privada.

Foto: Marcelo Martins/PMS

O Pantheon, junto com a Igreja e Convento da Ordem Terceira do Carmo serão integrados à Praça Barão do Rio Branco, mais um local com obras em andamento. O espaço está ganhando diversas melhorias e será entregue em setembro, durante as festividades do Bicentenário da Independência.

Foto: Francisco Arrais/PMS

Impossível não deixar de notar a importante obra que chegou ao Centro, a da 2ª fase do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Com investimento de R$ 217,7 milhões do Estado, a etapa contempla 14 estações, com oito quilômetros de extensão. O trajeto ligará a linha 1, a partir da Avenida Conselheiro Nébias, ao Centro.

Foto: Carlos Nogueira/PMS

RETOMADA DOS EVENTOS

A população também voltou ao Centro. Eventos como o Natal Criativo, a Primavera Criativa, o Festival do Café e o Cidades Criativas da Unesco levaram juntos 150 mil pessoas ao bairro desde setembro de 2021.  A Unifesp iniciou as atividades no Centro Histórico e já faz cerca de mil pessoas passarem pela região todos os dias.

Foto: Francisco Arrais/PMS

A movimentação impacta positivamente em todos os aspectos, mas principalmente na economia das mais de 3,5 mil empresas do bairro, que começam a sentir a volta do público e a investir em novos empreendimentos.

Foto: Francisco Arrais/PMS

SENTINDO A MUDANÇA

O classificador de café Cláudio Martins, que trabalha no Centro há 45 anos, viu de perto diferentes fases do bairro. “Esses eventos que começaram depois de passar o momento mais crítico da pandemia têm trazido bastante gente, o movimento tem melhorado muito”.

Foto: Nathalia Filipe/PMS

Foi justamente um evento que fez a consultora Amanda Pombal voltar ao bairro em que trabalha, desta vez fora de expediente e com o filho. Ela conta que se encantou com as luzes e com toda a preparação do Natal Criativo. “Olha, espero que sempre aconteçam eventos como esse, meu filho amou, principalmente andar de bonde iluminado”. Segundo ela, o que tem cada vez mais atraído as pessoas a esses eventos é a segurança. “Muito policiado e tranquilo; são eventos perfeitos para a família”.

Foto: Nathalia Filipe/PMS

ARTE E ALEGRIA

Vocação histórica do Centro, a arte está presente no bairro em todas as formas. Da arquitetura às obras religiosas, até expressões urbanas como murais e grafites compõem o cenário que une num mesmo lugar o antigo e o tradicional ao novo e o ainda não reconhecido. Pois é em algumas ruínas e casarões antigos que se pode observar folhas de papel levemente queimadas e coladas em paredes, com poesias e pensamentos assinados por Barney Days.

Foto: Nathalia Filipe/PMS

O nome é pseudônimo de Luis Vagner Dias, zelador de um prédio comercial no Centro há 18 anos, poeta e artista urbano, que já recusou propostas de emprego por querer permanecer no mesmo local em que expressa sua arte. Uma frase do artista resume o sentimento otimista de retomada do bairro nesta data especial. “Esmago minhas tristezas com a força da minha alegria”.

Foto: Nathalia Filipe/PMS

OCUPAÇÃO DO CENTRO

O auge comercial e habitacional do Centro remonta ao final do século 19 e início do século 20. Foi justamente naquele momento que a Cidade passou por uma mudança da população em direção à orla. Em 1968, o plano diretor passou a considerar o Centro como área não habitacional, focando no desenvolvimento imobiliário na Zona Leste, o que predominou até 1998, com a criação do programa Alegra Centro, que novamente voltou a considerar o bairro propício para investimentos habitacionais. 

O secretário de Desenvolvimento Urbano de Santos, Glaucus Farinello, explica que essa retomada do potencial habitacional e comercial do Centro é um esforço municipal de vários anos, mas ressalta que todas as políticas urbanas bem construídas levam tempo para se consolidar.

Foto: Isabela Carrari / PMS

“Nossa intenção enquanto governo é buscar a ocupação do Centro de Santos, bem como ocorreu nos outros bairros, mas para isso precisamos levar a qualidade urbana que marca a Cidade para o bairro”. O secretário explica que a mudança envolve obras de infraestrutura, atração de novos negócios e consequentemente uma maior ocupação, seja com eventos num primeiro momento, ou com moradores, que naturalmente buscarão o Centro.

HABITAÇÃO

Além da chegada do VLT, parte fundamental nesse processo, investimentos públicos com projetos habitacionais darão uma importante contribuição nessa retomada. É o caso do "Santos I" (na Avenida São Francisco, 473) e a recuperação para habitação (retrofit) do antigo prédio do Ambesp (Rua Gonçalves Dias, 8, esquina com a Rua do Comércio), em parceria entre CDHU e Cohab Santista.

Foto: Isabela Carrari/PMS

A iniciativa privada também já começa a visualizar o potencial do bairro para a área habitacional. Um antigo edifício comercial, na Praça José Bonifácio, 53, está passando por retrofit (revitalização de construção antiga adaptada a uma nova finalidade). Com nove andares, sem contar o térreo, o prédio terá apartamentos de um e dois dormitórios.

Foto: Isabela Carrari/PMS

Esse tipo de empreendimento não ocorre à toa. A Prefeitura oferece incentivos fiscais como a isenção de Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) para quem faz o retrofit e para os primeiros compradores de cada um destes imóveis, isenção de IPTU por cinco anos para os primeiros compradores de qualquer uma das unidades habitacionais, e do ISS de obras para os empreendedores.

O QUE VEM POR AÍ

No próximo dia 25 começam as obras do Novo Mercado Municipal, que serão iniciadas pelas fachadas e cobertura do antigo prédio. A revitalização completa inclui a modernização do entorno, a integração com a Estação Mercado do VLT e com a Nova Estação Catraias, além da construção de um Cine-Escola.

Também estão previstas a revitalização das ruas Tuyuti, do Comércio e Constituição, a reformulação da Rua XV; obras na escadaria Joana D'Arc (Morro São Bento); recuperação, reforço estrutural e reurbanização do entorno do Viaduto Aristides Bastos Machado; revitalização das praças José Bonifácio, dos Andradas e da República, além de obras em equipamentos públicos ou vias que impactam diretamente no Centro, como o Teatro Municipal Braz Cubas e a Rua República Portuguesa.

TERMINAL MARÍTIMO

Um antigo sonho da Cidade para o bairro está mais próximo de ser realizado: a mudança do Terminal de Passageiros Giusfredo Santini para a região de Outeirinhos. A moderna estrutura no Valongo deixaria a entrada e saída dos passageiros dos cruzeiros marítimos que partem e chegam a Santos num ponto estratégico de turismo e serviços no Centro.

Foto: Isabela Carrari/PMS

O projeto já foi apresentado pelo Concais (empresa que administra o terminal) ao Ministério de Infraestrutura e à Santos Port Authority (SPA), gestora do complexo portuário santista, que inclusive se comprometeu com a mudança em reportagem recente do Jornal O Globo.

Foto: Isabela Carrari/PMS

ORIGEM DA DATA

O Centro, como nascedouro da Vila de Santos, tem quase meio milênio de história. O marco para comemoração do aniversário remete ao dia  16 de agosto de 1857, data em que entrava em circulação na Cidade o jornal O Comercial, publicação que tratava das questões do comércio da área central. Esse marco passou a vigorar no ano de 2000, pela instituição da lei 1.891.

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