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6/ 10/ 2017

Fotógrafos contam um pouco de suas experiências no Valongo Festival da Internacional da Imagem

Os debates foram um dos pontos altos do segundo dia do Valongo Festival da Internacional da Imagem, nesta quinta (5), que reuniu, em diferentes locais, fotógrafos que contaram um pouco dos trabalhos que desenvolvem e atual cenário da fotografia na sociedade.

         

No Espaço Coletivo de Publicações, na Rua Tuiuti, os profissionais Felipe Abreu, André Penteado e Bia Bittencourt bateram um papo com o público, tendo como pano de fundo a relação entre a fotografia e a política. Os três apresentaram seus mais recentes trabalhos e contaram como desenvolveram seus projetos.

         

Felipe Abreu é autor do livro ‘APROX. 50.300.00’, que expõem os movimentos migratórios na Europa, agravado pela crise política no Oriente Médio. Na publicação, Abreu destaca as imagens de gestos dos refugiados, preservando assim a identidade deles. “Acredito que foi uma maneira de alguma forma protege-los. Os únicos rostos que aparecem no livro são pessoas ligadas ao poder”.

         

Já André Penteado falou um pouco sobre ‘Cabanagem’, livro lançado 2015, fruto de uma viagem de 70 dias ao Pará, onde partindo de uma longa pesquisa historiográfica, o ele buscou nos lugares visitados evidências factuais e metafóricas do movimento Cabano. “Acredito que o fotógrafo e o historiador possuem papéis similares, como alguém que faz um recorte da realidade”.

         

Por fim, Bia Bittencourt contou como teve a ideia de reunir fotos de diversas repartições públicas da cidade de São Paulo, enquanto juntava documentos e autorizações para promover um evento no pavilhão da Bienal. “Aproveitei as inúmeras vezes que foi obrigada a ir para estas repartições, e comecei a registrar com o meu celular os ambientes e as pessoas que me atendiam. O trabalho traz à tona o tamanho da burocracia que enfrentamos diariamente”.  

        

Mulheres

Pela manhã, um debate só com fotógrafas movimentou o auditório do Museu Pelé. Yara Schreiber, Avani Stein, Cris Bierrenbach e Gabriela Biló falaram um sovre o cenário e os desafios que as mulheres enfrentam no dia a dia da profissão.

 

Na fala de todas elas um concensso: apesar de tantos avanços, a atividade fotográfica para as mulheres ainda é encarada apenas como hobby. Como consequência, as mulheres ainda precisam de um homem para validar o espaço feminino.

 

Como ‘luz no fim do túnel’, elas concordaram que atualmente constata-se um movimento migração das mulheres para fotografia, o que vem dando maior visibilidade ao trabalho delas, muito também como consequência do espaço que a mulher ocupa na sociedade em geral.    

 

O envolvente debate também serviu para se derrubar um mito: “Não existe um olhar feminino, isso é uma forma de segregar nosso trabalho. A questão de gênero não existe na fotografia”, afirmou Gabriela Biló, única mulher na equipe de 13 fotógrafos de sucursais do Estadão.

         

Bonde

O público do festival ganhou uma ótima opção para se deslocar aos diversos locais onde estão sendo realizadas as dezenas de atividades do evento. Das 11h às 17h, um dos bonde turísticos sairá a cada meia hora da Estação do Valongo e fará embarques e desembarques gratuitos na Vila Santos, Museu do Café, Praça Mauá, Boulevard da Rua XV de Novembro e na Casa Frontaria Azulejada.

         

Realizado pelo Estúdio Madalena, de São Paulo, com apoio da Setur (Secretaria de Turismo), o Valongo Festival Internacional da Imagem prossegue até domingo (8) com quase 80 atividades espalhadas pelo Centro Histórico, Armazém Cultural 11 e Sesc Santos. A programação completa está disponível no www.valongo.com.

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