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8/ 01/ 2018

Mureta de Shesko explora grafite e quadrinhos

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Foi bater o olho na escultura Santos e identificar a mureta fazendo as vezes da letra “o” para o grafiteiro Leandro Schesko escolher, no ato, o tema para a customização.

 

“A mureta é igualzinha ao símbolo do Lanterna Verde, um super-herói das histórias em quadrinhos”, afirmou, dizendo-se muito feliz por conseguir imprimir na peça exposta no jardim da praia, próximo ao Parque Roberto Mário Santini, no José Menino, características do grafite e do HQ de sua infância.

  

Aliás, para que não pairem dúvidas, a peça foi batizada de Bandido da Lanterna Verde. “Ainda não havia tido a oportunidade de explorar essa associação, que é uma característica minha”, comentou o também designer e ilustrador, dizendo procurar juntar, em seus trabalhos, o máximo possível de mensagens. Na peça customizada, Shesko explorou também a dualidade: de um lado, destaque para um símbolo do Lanterna Verde, e do outro, referência ao vilão Sinestro, do mesmo HQ.

 

Provocação

Para completar, uma pequena provocação: letras na forma de grafite, que o artista reconhece não serem bem aceitas, interpretadas como pichação por uma parcela da sociedade. “Na verdade, o grafite começou como a linguagem das letras”, esclarece.

 

Apesar da satisfação de ver seu trabalho em local de grande visibilidade, Shesko diz manter o espírito grafiteiro de 18 anos atrás, quando fazia sua arte em lugares ermos, abandonados. Aliás, ele é o único artista a participar das duas edições do projeto Muretas na Cidade, idealizado pelo designer e cenógrafo Mauriomar Cid, em parceria com a Setur (Secretaria de Turismo) – a primeira ocorreu em 2015.

 

Duplo retorno

Para o grafiteiro, o projeto lhe deu dois retornos gratificantes: a oportunidade de expor seu trabalho junto a artistas reconhecidos da Cidade e ver as pessoas interagindo com sua obra. “Por mais que a arte expresse sentimentos e olhares tão particulares, não há como negar a importância da relação da obra com os espectadores”. O mais recompensador, prossegue Shesko, é o contato do público com a escultura tridimensional. “As pessoas entram na obra, interagem. É o máximo!”.

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